ADITAMENTO AO TRABALHO


Quero aqui, antes de mais, penitenciar-me da minha falha que considero grosseira por me ter esquecido dessa figura ímpar do panorama hilariante português (no bom sentido, diga-se), desse homem notável, de uma altura e desenvoltura de que poucos se podem orgulhar e nem eu, que tenho um metro e oitenta e oitenta quilos de peso, consigo ter.

Estou a falar desse grande homem que não se mede aos palmos, mas às colheres de graça que ele tem: como é que ele se chama mesmo que não consigo lembrar-me? (esta minha idade, quase na reforma, já não me ajuda nada), mas sei que é muito conhecido e até entrou naquele programa “o último a rir”, ou como é que se chamava mesmo “a sair?”, uma coisa assim, não era? Pois, estou mesmo a falar do Bruno Nogueira. (Ninguém vai acreditar, mas tive mesmo que ir ao Google porque, desculpa Bruno, o nome não me saia).
É verdade Bruno, não falei no teu nome, como uma daquelas pessoas nomeadas por mim para eu pedir ajuda e solidariedade, mas tu tás cá, na minha amizade, na minha lista principal (tenho uma lista suplente, tipo plano B, mas não digo para não ferir susceptibilidades).

Isto é um pouco como as festas de Natal nos Hospitais, participamos graciosamente por solidariedade, não é para aparecer... E tu não sabes, mas eu sou teu amigo, acredita Bruno. Não sei se tens página no facebook, mas se tiveres também vou fazer lá um “gosto”, fica prometido, ok?
Dito isto, este aditamento, perfeitamente justificado e imperioso, é apenas para dizer-te, Bruno, que também és uma daquelas pessoas de quem facilmente gostamos, sobretudo se não estivermos muito perto. De facto, imagino a Maria Rueff a olhar para ti, ou a Dina, ou uma outra miúda qualquer que tenha um metro e cinquenta sempre a olhar para cima, deve ser muito desconfortável e para apanhar torcicolos deve ser muito fácil. Todavia, manter uma conversa contigo, sentado, deve ser muito bom e já não acho tão penoso. Portanto, se estiveres disponível ou quando puderes, diz que sim, que eu vou ter contigo para tu não perderes muito tempo. Falamos, tratamos da tua solidariedade, arranjas-me trabalho, nem que seja a divulgar a minha perseverança de chegar quase aos sessenta e querer ainda armar-me aos cucos, ou seja, achar que serei capaz de escrever umas graçolas para o pessoal rir e pronto, está feito.

Passei a vida nas obras a assentar tijolos e, agora que fiquei desempregado, comecei a olhar para estes putos que acabaram de nascer e que nem viram o 25 de Abril (e eu que até passei por ele) devo ter uma palavra a dizer, não?!

Mas sei que não é fácil, com a crise, os cortes nos subsídios, o Benfica fora das competições europeias, fazer rir as pessoas é obra. Mas aqui estou. A minha família já riu toda, agora só faltas tu. Que tal, há talento ou tenho que esperar pela próxima reencarnação?

Mas quanto àquele assunto, Bruno, também tu fazes parte do meu grupo restrito de pessoas de quem gosto. Olha, por exemplo, ele nunca me fez mal nenhum e, no entanto, detesto-o sem saber porquê: aquele tipo que é do júri dos Ídolos, aquele mal-encarado de quem ninguém gosta: esse, o Manuel Moura dos Santos. No entanto, por ti não tenho esse sentimento; acho-te um tipo simpático, muito alto, sim, mas simpático, como um filho que gostaria de ter, tás a ver?.

És, no entanto, e apesar de tudo, um tipo de pessoa que não inspira muita segurança. Não a mim, claro, mas é o que ouço. Isto porque tens umas pernas muito fininhas e isso não dá aquela confiança que uma pessoa precisa para gostar mesmo muito da outra. Vê, por exemplo, o caso das miúdas que gostam de ver futebol e que vão à bola sem perceberem nada de táticas: é para verem as pernas dos jogadores, não é para os verem jogar, que para isso estamos lá nós.
Foi por isto Bruno que pensei numa primeira instância mais no RAP, do que em ti, ele tem melhores pernas que tu. Mas aqui estou a corrigir o erro e a dizer-te que também és fixe e que penso que não sou da altura que tenho, mas da altura que penso, penso eu.

Fica bem enquanto eu espero… sentado.

Carlos Alberto 05-04-2012

PS Desculpa tratar-te por tu assim à primeira, mas sabes como é, é a tua presença que nos inspira muito à vontade, visto pela televisão.

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