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Mostrando postagens de novembro 5, 2017

ATÉ QUE A MORTE OS UNA

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  O Inverno já se fora, assim como o caminho e, o que agora percorre, está bem longe das montanhas e vales que o pariram, criaram na juventude e o consumiram. A calosidade das feridas mantêm-no alerta para as suas origens, e Manuel caminha agora, distraidamente pela rua, mas calçado, de ténis confortáveis, roupa desportiva, e disposto a viver e a saborear novos odores, bem diferentes daqueles que, no passado, inalou. Não tem aqui o cheiro a rosmaninho ou alfazema, nem dos pinheiros, ou dos eucaliptos; apenas um vazio salpicado de pontos verdes que parecem destoar da paisagem urbana que agora desfruta. As pequenas árvores salpicadas por traços no seu novo caminho até parecem que se escondem nas esquinas do amontoado de casas, e mais casas, que se perfilam lado a lado, a seu lado, sem nenhum critério estético definido.   A Primavera, em toda a sua plenitude, sobrevoa-lhe o horizonte, embora esteja no outono da sua História e que lhe pesa na essência do que é hoje. “Os anos,