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Mostrando postagens de abril 23, 2017

COM OU SEM MAR

Quero ouvir os pardais, as gaivotas, observar o oceano a beijar as margens; quero sentir as aragens, e também ouvir tua voz. Sentir o teu cheiro, tua essência perdida nesta concha de noz. Navego à tua procura: Escondes-te e não estás. Rejeitas-me, ignoras-me, ou não sou capaz.   Quero fazer poesia, cantar, dançar com mestria; como uma flor a abrir, erguer-me para o teu abraço; mas nem me deixas sorrir; Sobra-me o cansaço.   Fecho-me, triste, derreado na minha concha embrulhado. Cubro-me com um lençol de vergonha amarrotado. Choro uma mágoa da qual me quero libertar, triste por te amar, sem me cansar. Mas dói-me e tenho medo: dos trovões e das farpas — credo! Dos zumbidos do vento que ecoam pelo espaço. E no dilúvio das vagas que me enrolam no cansaço contra as rochas me tragas.