Certo dia, conheci um menino chamado Artur. Ele mudara-se para a minha rua há pouco tempo. Encontrei-o a brincar sozinho sobre a relva do parque do jardim da minha zona, a jogar à bola contra uma baliza sem guarda-redes. Eu olhei para ele e reparei que ele tinha muito jeito, porque me pareceu que jogava muito bem. Ele era pequenino, só tinha quatro anos, e eu era um pouco mais velho que ele. Mas ele era espigadote e forte. Gostei dele logo que o vi. Achei-o muito simpático e divertido, trocando a bola de pé para pé. Ele viu-me e perguntou-me se eu queria brincar com ele. Disse-lhe que sim, porque também gosto muito de jogar à bola. Ele era do Benfica e eu do Sporting, mas isso não fazia diferença nenhuma na nossa amizade. Jogámos depois os dois à bola, muitas vezes e éramos tão amigos, tão amigos que umas vezes ganhava ele, outras vezes ganhava eu e, na maioria das vezes, empatávamos só para que ninguém ficasse triste. O Artur tornou-se assim para mim um amigo muito espe...